quinta-feira, 9 de julho de 2009

MEU PRIMEIRO AMOR

De repente, distante de tudo eu me senti,
Foi-se a luz que sustentava e reluzira toda
A minha vida. E com isso, ela se apagou,
Por tudo que a sua ausência me causou.
O meu mundo caiu em doídos pedaços
Arrastando-se no chão e aos meus pés.
De lágrimas se fez todo o meu jardim
E a minha alma em tristezas sem fim.

Você que era o caudaloso rio que passava
E deslizava, lá, e nem sequer sonhava,
Que eu houvera nascido em suas margens
E que grudada, entrelaçada às amoreiras,
Banhava a minha ruiva e longa cabeleira
Continuamente, apinhada de longas mágoas,
Na pureza das suas corredeiras e frescas águas.


Se era estio, escasseava o meu sugar em seu leito,
Mas nas chuvas, me saciava, e tudo ficava perfeito.

Verdejantemente, eu rebrotava na primavera,
Estação dos amores, flores e mil quimeras.
E assim fora por meses, muitas, as nossas estações

Nós dois em um só tom, nos mesmos diapasões,
Afinados na melodia da vida, amando e mais amando...
Mas veio o tempo e foi logo nos separando,
E não sabíamos o que o destino nos guardara,
E assim, distantes, consumou-se o que tramara.


Numa tarde fria de chuva, bateu-me uma agonia sem fim,
Era a má notícia chegando, tomando conta de mim
Falaram que você havia partido, pro outro lado da vida,
Fiquei uma eternidade parada, cuidando da minha ferida
Que não cicatrizou ainda, só fica quietinha pulsando
Por isso eu vivo sozinha, aqui, da tristeza falando.
Ninguém poderá preencher o meu pobre coração
Ele é só uma casa vazia, mal-assombrada por esta paixão.

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