domingo, 20 de dezembro de 2009

CASAMENTO


A noite veste longo, o dia, terno e gravata
sempre adiam o csamento, pois nunca se encontram
Quando o noivo chega, a noiva já viaja...
Quando ela retorna, o noivo já foi embora!




Fátima Moraes

CASAMENTO

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tua Boca

Tua boca...sim... tua boca...O desejo tomou conta de mim ao beijar tua boca. Sim...os meus lábios ainda pressentem o próximo toque dos teus.Boca linda...lábios vermelhos..Desejo trazer junto comigo sempre esse sabor de mulher.Encostei meus lábios nos teus,as bocas se juntaram e se encontraram tão belas,tão ansiosas, tão ávidas..Bebi ali todo o teu veneno...bebi ali todo o teu desejo..Dali, tua pele, sensível ao toque, se desvendou para minhas caricias... meus lábios tocaram a tua pele...Làbios, peregrinos, visitaram seus refúgios...Linda mulher...lindo desejo... Deixei algo de mim no teu beijo que não recupero jamais...
Aloha!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Noite Eterna


Noites de pensamentos...
Aonde está?
Diga,
Venha me buscar
E me tirar
Dessa noite eterna...
Noite sem luar
Em que as estrelas se perdem no céu.
A canção está baixa
Mas meu coração fala alto,
Grita o seu nome
Denuncia a saudade
Pede por amor.
Cada minuto é muito tempo sem você,
Devolva o brilho dos meus olhos
O brilho que seu coração me roubou.
Noite Eterna
Eterna Noite...
Sem você aqui
Meu amanhecer não existi
E minha noite é eterna.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Voraz



Ah, quando na noite eu lhe encontrar
E os desejos mais secretos logo irão se revelar...
e pra início de conversa quero de ti um beijo ousado!
Te sentir,tal qual uma onça voraz, na parede acuar ...
em teus cabelos quero me emaranhar...
o território do teu corpo desvendar eu vou
e demarcar com meus beijos cada curva que encontrar.
Degustar a tua pele e teu cheiro ...
os teus gemidos felinos eu não pretendo abafar...
quero rasgar a tua roupa e encostar em teu corpo ...
sentir você gemer , tremer e arrepiar...
quero mesmo é te ver aflita e pedindo pra eu não parar.
Pedindo pra em meu corpo cavalgar...
subir e descer vales e montanhas sem pressa de voltar.
Ah, doce mulher-felina ...vem fantasiar...
deixa eu descobrir onde se esconde esse desejo que me faz delirar...
Ah, e quando eu a encontrar....você pode se preparar

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A FACE

Encaminho meu futuro
nas dúvidas do passado, sanadas no presente...
A realidade me impulsiona adiante, cheias de vultos sem rostos,
não quero dar desgosto, mas vou ser uma face com rosto!
O coração apaixonado e meus beijos perdidos, onde estão?
Pressionados pelo acaso, dos que tentam fazer, meu sonho esquecer.
Desilusão!!
Então...meu olhar procura, uma esperança de me aliviar, trazer de volta a ilusão,
meu mar acalmar, na lembrança de tentar, um vulto aparentar, mais fácil...não vou negar!!
Troco meus sonhos para me adequar?
Não!! Cansei de esperar...
Escondo o que não querem ver?
Não,mostro o meu ser, pra quem quer ver.
Compreender...?
Deixei de tentar querer, agora eu faço, me deleguei o poder.
E no beijo, aquela que não pude ter, que tanto esperei...a minha face encontrei!!
Não tenho mais medo de ser, agora sou.

domingo, 16 de agosto de 2009

O NÃO



Eu estava só
Você adentrou,
Não bateu à porta
Nem nada falou

Pegou o seu copo,
De água o encheu,
Mexeu um refresco
Virou e bebeu

Ali eu estava
Sei que percebeu,
Seguro dos gestos
O cigarro acendeu

Na turva fumaça
Fez várias bolinhas
Deixou no cinzeiro
As cinzas todinhas

Olhou para o carro
A chave apanhou,
Pegou um boné
E a porta fechou

De capa e galocha
Na chuva partiu
Cantando pneus
Na lama sumiu

Tomei entre as mãos
O meu doce amor
E na solidão
Tratei-lhe a dor

No dia seguinte
Custei acordar
Para o meu pensamento
Se reorganizar

Foi então que você
Perdeu seu grande bem,
Não quer os meus beijos
E eu não desejo ninguém

Oh, triste destino o meu
Sei que vou sempre sonhar
Com dias bem mais felizes.
Não quero jamais acordar.

REVELAÇÃO




Dizem que a vida vale o tempo que lhe dedicamos
E, por conta das desmedidas e incontáveis paixões,
Companheiras fiéis dos frágeis e descuidados corações
Que quase nunca sobrevivem aos reveses do amor,
As poesias brotam desde os primórdios, incessantemente
E provam que não existem palavras certas, bastante capazes
De evitar que os seus turbilhões nos aniquilem as mentes,
Ainda que estejam esmaecidas pelo correr do tempo,
Revelam a dor sofrida pela morte de um encantamento
Ou por restos de projetos de vida desfeitos, os mais preciosos
Viram belas verdades poéticas e não pertencem a ninguém,
Inúmeras palavras buriladas num contexto, sem destino certo.
(E a cada poeta cabe apenas a dor do nascimento da sua obra.
Para quem não tem rima, mas gosta de encadear com arte,
E trabalha lindos sons, numa marcha sem fim,
A escrita sai fluente, como quem tropeça em mágicos traços,
Mostrando logo, de cara, todo seu dom e seu bom compasso,
Pois repousa no papel a sua cria, que lhe deu um belo trato,
Alimentando-a com fascínio e esmero bem exatos,
Muitas dessas poesias tecidas pelo criador, por horas a fio,
Ainda jovens, já florescem, formosas e plenas,
Outras, precisam dafase adulta para valerem a pena.

FOI FUGINDO DE VOCÊ...





Foi conhecendo e lendo você,
Que descobri tão pura mente
E o amor que faltava em mim
Chegou sem eu ver, lentamente,

Foi pensando sem querer em você,
Que vi o meu coração se estremecer,
A paixão aflorar sem controle
Ao imaginar o seu perfume, empalidecer.


Foi olhando muitas vezes para você,
Que bebi esse seu sorriso dengoso,
E como um fogo a me devorar,
Cheguei a um orgasmo bem gostoso!

Foi me acostumando com você,
Que tentei, mas não soube mais sair,
Nem pegar de volta os meus sentidos
E aqui estou, escrava de mil cupidos.

Foi amaldiçoando, mas querendo você,
Que me perdi dentro de todo esse tempo.
E desde que você de mim se apossou
Acesas são minhas noites, porque a paz se apagou.

Foi me abstendo e não bebendo você,
Que me embriaguei no seu sabor
Ficando a mercê do seu carinho,
Dependente compulsiva do seu amor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Apenas um embrião confuso e inacabado.

(Intertexto com Bruno Catonni)


Antes que os sonhos virem cinza

eu busco o sentido da minha verdade

e percebo um ogro a minha espreita

uma escancarada boca ali no umbral

quiçá um buraco oco para escapulir

algo de Pirandello em suas cenas.


E os faustos, fadas, também os magos

surgiram daquelas brumas de Avalon

trazidos por Rei Artur, vívido, alado

e corro para alcançá-lo, em vão

na época medieval dos tais castelos

das chamas, das tochas nas pedras

das grades de ferro dos mausoléus

tropeço na pedra, "pé-de-moleque".

estatelada ao chão, me resto, morta


Um medo de solidão então se alastra

é neste instante que acordo e noto

que careço inerte da santa fé maldita,

estúpida, torpe, enleada e sem nexo

algo que se crê, mas não se vê, se evita

algo que me divide em muitas, agônica

escracha os dois costumes, este monstro

e que torna a atacar sedento e funesto

tal qual Lestat o belo sanguessuga.


Fujo pelas matas densas, galhos, no breu

me transporto para além-mar, um porto

encontro, e nos braços do Capitão Gancho

alcanço o meu estado zen, então desconhecido

encontro minha alma aflita, inércia pedinte

aporto aguardando este meu eu refeito

um quase de hápax de mim se apossa

em fantasias, delírios, loucura e paz!



Vera Sarres

sexta-feira, 31 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Menina, mulher, amante


Menina, mulher, amante,
com seus olhos brilhantes,
quero ter você por um instante,
e beber teu prazer constante...
Beijar o teu corpo gostoso,
lamber seu pescoço,
e ser grudento aos poucos...
Se te quero tanto assim,
nesta ilusão tão ruim,
é porque para mim,
és um castigo sem fim...
Na minha serra querida,
tu és a minha guia,
te quero nua de dia,
nem que seja por fantasia...

terça-feira, 21 de julho de 2009

no fundo de mim

Intertexto parafraseando Marcia Maia em seu poema "Íntimo"

pode?
esse arrepio que mascaro
essa torrente que dentre as pernas
se me brota
encharcando sigilosamente
a cada sensual palavra tua.
pulsando doido,
meu coração se afoga:
ensaios privé de gozos
aqui, em mim
e tua poesia me adentra a alma
não temos pressa
a noite é nossa

pode!

Vera Sarres

Sal sodômico

Mil vezes me vens à mente,
mil vezes despacho este mal.
Eu preciso olhar pra frente
pra não virar estátua de sal.

Vera Sarres

DIVAGANDO



Onde estarão os que sorriram e estiveram comigo...
Será que pousaram as suas vidas em meras fantasias,
ou ficaram voejando pelos vales em repetidos círculos,
como libélulas douradas, mas que também se apagaram
ao primeiro contato ao reluzir a primeira luz intensa,
lá, onde os corações famintos de calor sonham chegar,
porque foi naquele lugar que sempre desejaram estar
na ânsia incontida das buscas e dos seus próprios projetos,
mesmo sabendo dos riscos que certamente correriam,
de bombardeios, de tolas emoções vividas em vão,
será que apesar de tantas tentações andaram monte acima,
ou ainda estão distantes sem que os seus ouvidos
pudessem se sensibilizar e alcançar esses apelos .
Talvez eles ainda arrastem por aí a sorte de se saberem
intimamente dominados pela força eterna do amor,
ou carregam a sua enorme dor, a da pesada solidão.
Emanciparam, ou nem ousaram sair dos seus rústicos casulos,
permanecendo em estados latentes... apenas estáticos...

Tem dias que me dá uma enorme vontade de ficar assim,
ausente da realidade tão tosca e cruel e não resistir
ao desejo incontido de morar em um mundo abstrato
e lá, criar um universo de todos os que sonham em partir.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Tua Falta

O que eu mais sinto falta de ti
É das tuas doces palavras em diminutivo.
É do teu mimar, do teu jeito carinhoso de me dar atenção.
Sinto falta de cheirar o seu pescoço
De tocar o seu cabelo
E de te dar selinho.
Sinto saudades dos teus olhares furtivos
Sempre ansiosos para encontrar o meu olhar.
Faz falta os teus sorrisos de cortejo
E a tua maneira única de me namorar.
Sinto ainda o gosto das tuas promessas de amor puro
E de toda a vida que para nós dois eu construí.
Até do teu ciúme disfarçado sinto falta,
Também faz falta as tuas mensagens repentinas
E as tuas confissões ao pé da noite.
Mais do que tudo isso,
O que mais me faz falta,
É da pessoa que eu era quando estava contigo.
Germana Facundo

PASSOS DO MAR


Esse mar caminha não sei pra onde
Agora, nese final de tarde
Vai sem pressa...
As ondas já gastaram as energias
Debatendo-se nas pedras
E nesse passo, minha prece não amanhece
Fica pelo caminho, grudada em algum molusco
Amanhece e as ondas crescem
Numa fúria mal humorada
Saltam, voltam, recolhem
Tudo por onde passa
O mar sempre acorda com fome
Querendo alimentar seus peixes
Querendo manter sua fauna...

Fátima Moraes

domingo, 12 de julho de 2009

BEM ME QUER

Me encontro no mesmo ponto
Onde se deu o desencontro
E no entanto, de vestígios teus
Só as pétalas arrancadas do bem me quer
Mas a brisa tinha teu cheiro...
E quase que te vejo, vulto rápido
A se esconder ligeiro
Por trás das árvores...
Me deixaste, mas tudo bem!
Recolho as boas lembranças
E tomo de volta o trem!

Fátima Moraes

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A TI, BÚZIOS

Eu liberto este canto de amor
A quem é o meu refúgio eterno,
Como a ave que busca em teu ninho
O aconchego nas noites de inverno.

Só em ti encontrei minha paz,
Pois confortas e também cicatrizas
As chagas que surgem em minha alma
E os problemas que nascem na vida.

Ouço a voz que me vem do teu rio,
O murmúrio das ondas do mar,
Nas horas em que a tristeza chega,
A saudade tu vens abrandar.

És mãe- terra que guarda e cuida
Dos encantos, magias e degredos,
Que teus filhos confessam sofridos,
Mas que logo, alivias teus medos.

Segredei-te um dia, entre lágrimas,
Do desejo de aqui vir morar,
Foste logo tratando dos meios
Do meu sonho se realizar.

São teu mar, tuas serras e matas
Que enriquecem este clima sem fim,
Sou feliz por viver em teus braços,
Linda Búzios, és tudo para mim.

MEU PRIMEIRO AMOR

De repente, distante de tudo eu me senti,
Foi-se a luz que sustentava e reluzira toda
A minha vida. E com isso, ela se apagou,
Por tudo que a sua ausência me causou.
O meu mundo caiu em doídos pedaços
Arrastando-se no chão e aos meus pés.
De lágrimas se fez todo o meu jardim
E a minha alma em tristezas sem fim.

Você que era o caudaloso rio que passava
E deslizava, lá, e nem sequer sonhava,
Que eu houvera nascido em suas margens
E que grudada, entrelaçada às amoreiras,
Banhava a minha ruiva e longa cabeleira
Continuamente, apinhada de longas mágoas,
Na pureza das suas corredeiras e frescas águas.


Se era estio, escasseava o meu sugar em seu leito,
Mas nas chuvas, me saciava, e tudo ficava perfeito.

Verdejantemente, eu rebrotava na primavera,
Estação dos amores, flores e mil quimeras.
E assim fora por meses, muitas, as nossas estações

Nós dois em um só tom, nos mesmos diapasões,
Afinados na melodia da vida, amando e mais amando...
Mas veio o tempo e foi logo nos separando,
E não sabíamos o que o destino nos guardara,
E assim, distantes, consumou-se o que tramara.


Numa tarde fria de chuva, bateu-me uma agonia sem fim,
Era a má notícia chegando, tomando conta de mim
Falaram que você havia partido, pro outro lado da vida,
Fiquei uma eternidade parada, cuidando da minha ferida
Que não cicatrizou ainda, só fica quietinha pulsando
Por isso eu vivo sozinha, aqui, da tristeza falando.
Ninguém poderá preencher o meu pobre coração
Ele é só uma casa vazia, mal-assombrada por esta paixão.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Corpos

Corpo que em noite quente
Desnudo vem descansar,
Ao lado de um outro corpo
Que o está a esperar.
Logo o desejo se apresenta,
Na curiosidade de um explorador
Que quer através de seus carinhos
Despertar no outro corpo o amor.
Incansáveis aceleram os gestos
E entre gemidos de puro prazer
Fazem vir a toda num doce beijo
Tudo que suas almas queriam esconder.
Ritmo marcado em música surda
Onde o balanço vem lembrar o mar
Que em ondas de suor salgado
Lava os corpos, deixando seu cheiro no ar.
E assim as horas vão passando,
Substituindo o sono por luxúria e prazer,
Onde os dois corpos se fundem
Querendo apenas a paixão viver.
Lilian

domingo, 5 de julho de 2009

O Beijo

É um procedimento inteligentemente
desenvolvido para interrupção
mútua da fala quando as palavras
tornam-se desnecessárias.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Você realmente já amou uma mulher?

Você realmente já amou uma mulher?
Para realmente amar uma mulher, para entedê-la
você deve conhecê-la por dentro, ouvir cada
pensamento
Ver cada sonho, e dar-lhe asas quando ela quiser
voar e quando se vir impotente nos braços dela, você
saberá que realmente ama uma mulher.
Quando você ama uma mulher diz a ela o quanto é
desejada
Quando você ama uma mulher diz a ela que ela é única
porque ela precisa de alguém pra dizer-lhe que vai
durar pra sempre
Então me diga você realmente, de verdade, já amou uma
mulher?
Para realmente amar uma mulher deixe que ela te
abrace até você saber como ela precisa ser tocada
você tem de respirá-la, tem de sentir seu gosto, até
senti-la em seu sangue e quando vir seus futuros filhos nos olhos dela, você saberá que realmente ama uma mulher
Dê a ela confiança, abrace-a apertado, um pouco de
ternura, trate-a direito e ela estará lá cuidando bem
de você, é preciso amar sua mulher. Apenas diga-me,
você realmente de verdade, já amou uma mulher???

terça-feira, 30 de junho de 2009

SUBLIMAÇÃO



Ando em trilhas sinuosas
O vento uiva, tenho medo!
Com a bruma, embaça-se
A esperança da chegada.
Apresso-me para buscar
O arrimo da manhã
Que não tarda estar,
Rompendo a escuridão.
Acelero, temerosa.
As copas das amendoeiras
Sacodem-se e as sombras,
Ao sopro do vento, no chão,
Desenham figuras horrendas
Que invadem e inundam
O meu espírito de lágrimas
De onde vêm, punhal obscuro,
Por que macera minha alma...
Ensina-me os atalhos de outrora,
Onde o teu clarão me norteie
E a tua chama retorne para mim
O tesouro que levaste embora.

LIBERDADE




Pássaro num canto melodioso
Alojou-se no meu peito,
Encantada o aprisionei.
E, nas noites de minha alma
Sua música tristonha
Encheu-me a cela da solidão,
E a simbiose se fez...
Ave canora, doce companheira,
Penso alforriá-la, mas como,
Se nem juntas conseguiremos
Um breve e mero voejar rasteiro.
Aproximam-se as manhãs do verão
Precisamos, aos corações tristonhos
Entoar ritmados acalantos.
Façamos então um acerto,
Eu abro a alcova do peito
E você canta a liberdade dos montes
Talvez por aí, em momentos de amor,
Nos encontremos em compassos e acordes perfeitos.

ENQUANTO VOCÊ DORMIA...





Enquanto você dormia, conspiravam, a todo vapor,
Todos os que fizeram parte dos nossos projetos de amor.
Eram anjos, dos mais delicados afetos, que em trombetas,
Anunciavam os portais, que se abriam, à partida da dor...

Cítaras doces e sonoras traziam, em ondas, o odor do bem,
Exalando a vida em alegorias e reverências infinitas.
E nós... como lírios em lodoso e úmido pântano,
Sorríamos, ao nos sentirmos libertos das desditas.

Sábios pupilos, conduzidos por sábias mãos, soubemos,
Fragilmente, e enfim, chegar às campanas da paz.
Tantos temporais de insensatez inundaram o nosso espírito,
Quantas mágoas permitimos que nos sufocassem a compreensão
E cegos, tateamos nas trevas, cheios de sofrimentos e rancor
Outros se juntaram a nós nesse difícil, mas utilíssimo mutirão,
Vínhamos cantando pela estrada, enquanto você dormia profundamente...
Sorrimos aos transeuntes e sentimos o ecoar das nossas canções.

As manhãs verdes de ventura nos acompanharam com seu frescor.
O sol veio e pôs-se a beijar as pétalas, que tristes e abandonadas
Se transformaram e, sentiram em suas entranhas uma enorme
E desmedida esperança, assim como as florezinhas tímidas e esmaecidas
Deixaram os caminhos púrpuros, logo, bem cedinho, ao amanhecer.
Invadimos a sua ermida de irremediável torpor e a transpusemos,
Loucos e cansados dos desterros, despertamos simultaneamente
Todos os sentidos e, agora, você já não precisa se ausentar assim...
Quanto eu quis, na plenitude desse sentimento que sempre existiu,
Encontrar você e achegar-me da cabeça aos pés, com os meus aliados,
Para que a sua alma cansada sentisse a leveza contida na minha
E numa só energia, nos fizéssemos uno e perenemente em paz.

Trovadora que veio de longe, bendigo os ermos caminhos
E as obscuras paragens, pois foram eles que me fizeram
Pegar, na natureza em burburinho, os perfumes dos jasmins
Sorver-lhe a brandura e alimentar estes versos fulgurantes,
Que para nós soprarão onde quisermos, despertos, doravante.

COMO TE AMO...




"Bateu a tal saudade a caminho do mar,
Enxuguei as lágrimas e segui arrepiada...
Tocaste na minha alma e no meu corpo,
Lugares mágicos onde habitas, repousas
E acendes toda a minha essência,
Onde vibramos, como se fôssemos um só,
Onde moureja o amor sôfrego e saudoso,
Das turbulências e silêncios de nós dois.
Se muitas vezes procuro por mim, não me encontro,
Não importando em que estado eu esteja,
Mas se busco por ti, encontramo-nos
E a duas almas, longamente nos completamos.

Se vencida pelo sono,sinto-me desdobrar
E, de novo, nos mesclamos entre afagos,
Enquanto nossos corpos se agüentarem amar,
Se em almas nos misturamos tanto, imagine
Quando nos encontrarmos verdadeiramente...
Em estando junto aos outros, sinto-me só,
Mas quando fico sozinha, tu bates à minha porta
E eu não me imagino respirar sem o teu cheiro...
Vem um novo dia e a cada dia o que me espera:
Acordar mais uma vez sem sintir a tua presença,
Já tentei viver distante disso, juro,
Mas tenho que confessar que te amo,
Amo mais que a mim mesma e, muito,
Muito mais do que um dia pensei amar."

terça-feira, 23 de junho de 2009

Paulo Leminsk

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Paulo Leminsk

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Dia

Varando a noite
Vem o dia...
Repleto de luzes
Ofuscando tudo
Mexendo com o mundo
Abrindo casas e padarias
Escancarando o verão!
Espreguiçam-se as meninas
Contentes da invasão...
É dia!
E o dia é olho no olho
E tapa na cara da ilusão
Vinga ainda a poesia
Que a noite pariu o dia
Sem anestesia...
O sol entrou pelo quarto
Iluminando o retrato do soldado
Provocando saudade
A noite pariu o dia
Sem anestesia...


Fátima Moraes

terça-feira, 16 de junho de 2009

Gravação no Morro da Babilônia



Estavam sendo feitas gravações no Morro da Babilônia para o longa-metragem “BOPE: Tropa de Elite na Babilônia” e fui conferir a coisa. Estava em uma festinha de aniversário, quando da janela vi uma enorme lua atrás da igreja. Não estava bebendo nada, a não ser coca-light. De repente alguém me disse: “Ô, Vera Maria, não é lua não, é a gravação de um filme. Você não viu no elevador o aviso?” Fui correndo ver: “A Zazem Produções Audiovisuais está produzindo seu longa-metragem.... e tal... entre os dias 25 e 31de novembro, em algumas cenas irão ser disparados tiros de festim.”
Falei para a turma que eu iria subir o morro de moto-táxi. Ninguém se habilitou a me fazer companhia. E fui. Cigarro, cinco reais e identidade. Ao chegar, estava sendo gravada a cena de um baile funk no pátio da Babilônia. Lá fiquei, extasiada, quando um rapaz muito simpático falou comigo, perguntando se eu era figurante. Disse que não, que estava ali só pra checar, ver o que tava rolando. Ele ficou meu amigo, trocamos telefones, pegou água e café pra mim. Numa determinada hora (a cena foi repetida umas trocentas vezes), enquanto lá permaneci, 45 minutos ao todo, apareceu um japonês com uma prancheta na minha frente, anotando nomes. O garoto me chamou e colocamos nossos nomes e telefones eu nem sabia pra quê. Quando vimos, havíamos furado uma fila de umas cinquenta pessoas, mas ninguém reclamou, ninguém xingou, ninguém disse nada. Parecia que isto era muito natural. Era para o jantar. Deveríamos nos encaminhar à Quadra Esportiva, onde seria servida a refeição. Detalhe: eram mais ou menos onze e meia. Não fui porque estava na festinha e já havia comido bastante. Imagina! Resolvi ir embora. Estava de bom tamanho para aquela noite. Desci de moto-táxi. Muito legal! Ao chegar no final da tortuosa Ladeira Ary Barroso, estava zonzinha com a descida. Adorei!
Adorei tanto, que no dia seguinte retornei de moto-táxi à 1:30, sozinha, e lá desembarquei tranquilamente. Logo fiz amizade com um cara de cinquenta anos, o Gusmão, que era figurante, morador do morro, como eles se autodenominam “morráquio”, aposentado e como camelô vende suas bijuterias na rua Gustavo Sampaio, muito simpático, me trouxe café e biscoito, e um rapazinho bonitinho que ficava toda hora puxando conversa comigo, me chamando pra lá e pra cá, trazendo café, biscoitos, sanduíches. Também. Num dado momento perguntei se ele era da produção, figurante, ou se fazia faculdade de cinema. Ele riu e respondeu: “Não. Eu sou ator. Na verdade só fiz dois filmes até hoje”. Perguntei quais e ele disse: “Dois filhos de Francisco. Eu fui o Zezé de Camargo adulto. Meu nome é Thiago Mendonça”. Disse a ele que havia visto duas vezes. E Thiago perguntou tão simplesmente: “Você gostou do filme?”. Ao que eu respondi que sim, que tinha me emocionado e até chorei..
Fiquei amiga do Thiago, que a todo momento me abordava perguntando se eu queria alguma coisa. “Olha, ali tem água; olha, ali tem café e biscoito; Vera, você não está com frio? Você trabalha onde? Faz o quê?”... etc.
A cena que estavam filmando era a da captura do “fogueteiro” pelo esquadrão do BOPE, cujo chefe era o Wagner Moura. Muito lindo, – não imaginava que fosse tanto assim – e simpático, por sinal.
O filme é baseado em fatos reais, relatados pelo Coronel Pimentel. Dirigido por Marcos Prado (de Estamira), e produzido por José Padilha, que a cada corte mudava tudo na cena. O “fogueteiro” iria só ser capturado, e assim, muito ao vivo, muito louca a coisa, ele resolveu que iriam matar o pivete. Estava de casaco sem capuz, e, na cena seguinte, Padilha resolveu colocar capuz. O maior barato!
Coisas muito loucas aconteceram. Os galos do morro resolveram cantar às 3h40min, pois havia muita luz dos refletores. Deduzi que isto mexeu com a melatonina deles. Os cachorros começaram a latir e fugiram ganindo ao serem disparados os tiros que mataram o menino.
Fiz amizade com os pais do “fogueteiro”, Janete e Wladmir, que estavam lá quietinhos num canto, sem falar com ninguém. Muito na deles. Trocamos papos, ela me ajudou com os nomes das estrelas do filme e o que rolava na cena. E sobre o roteiro. Trocamos telefones e e-mails também, enfim trocamos muitas figurinhas.
Filei cigarro e dei um maço de cigarro “Black” para uma moça que morava lá e era figurante.
Outro homem, que também estava nas filmagens, e é da Babilônia, me contou a triste história dos “fogueteiros”, que sempre, invariavelmente, acabam morrendo. Seja por massacre, assassinato ou drogas. Comovente.
Assim foi, quando eu, com frio, peguei um roupão de um figurante e fiquei vestida com ele até o momento em que as filmagens acabaram. Precisei ir ao toalete e me mandaram para o camarim. Ao entrar, o camarim, era uma casa de morador, havia colchonetes, e uns caras estavam dormindo. Pé-ante-pé, para não fazer barulho, entrei e da mesma forma saí. Com cuidado. Nossa! Foi demais! A esta altura, já não me interessava saber as horas, não tinha mesmo mais moto-táxi, e fiquei até o fim, aproveitando um belo sol a nascer atrás do Morro do Leme, mais conhecido como Pedra do Leme. A turma da filmagem desceu até um barzinho, onde uma moça muito simpática não quis cobrar, um copo de leite gelado pois eu estava sem dinheiro. O Wagner Moura estava exausto, transpirando muito, embora estivesse frio. Parou ao meu lado e pediu uma cerveja “bem gelada”. Muito gato! Muito mesmo. Os pais do Brian, “o fogueteiro”, tiraram fotos nossas, ele,Wagner,Thiago e eu.
Desci sozinha a ladeira, a pé, e fui revolvendo a minha adolescência, ao passar pela casa do Zé Roberto, um antigo namorado, o terreno onde a família Burle Marx morou, e tive altos insights. Uma súbita sensação de adolescente realizada me invadiu avassaladoramente. Estava nas nuvens!
Senti-me a própria personagem do filme “A Rosa Púrpura do Cairo”, invadindo a tela e vivendo a ficção da minha liberdade.

Vera Sarres





sexta-feira, 12 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

PERDAS

de ernesto cardenhas

Ao te perder
tu e eu perdemos ...

Eu, porque tu eras quem eu amava mais ...
No entanto
de nós dois
tu perdeste mais que eu ...

Por que eu poderei amar a outra como amava a ti ...

Mas a ti não te amarão jamais,
como eu te amava !

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Haicais - Poeta da Galiza

O pôr do sol
tinge a água do mar
peixes dourados

Concha Rousia

Quantas folhas
da árvore que eu sou
despirá outono?

Concha Rousia

SCARFACE

Eu me fiz de forte o quanto pude.
E olhe em que me tornei: Cosa Nostra
ou a pérola – a dor da ostra?
Mas que se dane, a vida foi rude.


O meu espelho teima um bocado
em me revelar um monstro parido,
onde um olhar triste, refletido,
encara um rosto desfigurado.


Pois sinto o frio de uma navalha
me amaldiçoo qual a um canalha,
como se o mundo me estilhaçasse.


Vislumbro a morte nalgum pedaço:
miserável e entregue, me abraço
e lágrimas jorram pela face.

Vera Sarres

terça-feira, 9 de junho de 2009

O AMOR NÃO TEM NOME



Nas idas e vindas das ondas do mar
Vai uma oração nas águas inquietas
Perdi as vezes que errei as contas
Vai onda...
Vem onda...
Porém o pedido nunca se alcança
O mar me confunde...
Amo ou não amo?
Ou não devo amar?
O mar de tão longe manda avisar
Que Amor não tem nome...
Resta sonha!

Fátima Moraes

sábado, 6 de junho de 2009

O CUCO


O cuco do relógio estressado...
Cansado de dizer as horas
Ah, povo desatento
Que tenho que gritar tão alto!
E o cuco na sua rotina
Hora a hora dizendo as horas
Um dia a paciência esgotou-se
O cuco não saiu da casa...
E o povo atrasou-se!


Fátima Moraes

The end sem estilo

Você foi, dentre todos, o mais reles,
o mais vil e o mais covarde.
Fartou-se como pôde
de tudo o que de melhor havia
de iusões e de paixões.
Agora cospe no prato em que comeu
e o joga fora, quebrado, num canto qualquer.
E eu concluo, em luto:
você foi o fruto mais amargo,
a erva mais daninha,
que floriu em meu jardim.
Você foi meu pesadelo,
você foi o fim.

Vera Sarres

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Você Merece Uma Poesia

Você merece uma poesia
que fale de amor, de carinho,
de vida, que possa envolver
o seu mundo em doces
lembranças jamais esquecidas
Você merece uma poesia
que possa enfeitar o seu viver,
que fale de pequenas coisas
importantes ao seu ver.
Você merece uma poesia
tão bela, tão suave, tão pura,
que traga para a sua alma,
toda a beleza da ternura.
Você merece uma poesia.
e se fosse eu a escrevê-la,
com certeza, tudo eu diria,
tudo o que há em sua Alma Iluminada!
Thais S. Francisco

domingo, 31 de maio de 2009

RETRATO


Pinta-me em preto e branco
Como devem ser pintados
Os artistas
E as mulheres
Mas não me erre a harmonia
Que meus olhos falam tanto
E sou estranha às alegrias...
Falam de um tempo
Em que a felicidade
Brincava e ria-se
Ora com uma...
Ora com outra
Das minhas pequenas mágoas


Fátima Moraes

sábado, 30 de maio de 2009

ÁRIA DE UMA MITOLOGIA ATUAL

Os homens são como os pássaros que revoam,
pois livres não pousam, dão apenas rasantes
e em nenhum galho descem; planam, depois voam;
quando presos, ciscam... ciscam, exuberantes.

Homens com coleira, que pena, sinto dó:
são os que mais correm, se largam, e se soltam;
querem ser os reis, ou então um faraó,
ter um harém, coitados, nem por isso voltam.

Queria ser a Safo, e deles me safar
e semelhante às deusas, que eu assim me esboce
nos braços de outro ser, e bote pra quebrar.

Ah se eu vivesse lá e musa também fosse
pra andar como ela, teria que outra virar.
Oh, isso – isso só – já é pra mim um doce!

Vera Sarres

sexta-feira, 29 de maio de 2009

ALMA DE MULHER



“Ser mulher é conhecer o mais íntimo sentimento

Para tornar forte e iluminada a sua consciência.
Lançadora destemida das máximas cartadas,
Cria, sonha e sem temor se enlaça nas essências.

Como que levada por um redemoinho incandescente,
Surge a cada névoa o seu clarão íntimo inesgotável,
Que ilumina a alma de cada pensamento profundo,
Rasgando-lhe as vestes e deixando-a devassável.

Conhece a magia de todas as fases e forças da lua,
Sempre busca em zonas abissais o mistério submerso,
Energiza-se no sol, sempre, como seu amigo maior,
Pondo tudo o que ela sente na alma, num só verso.

Ela, como ser é misterioso e único, vive inebriado e inebria,
Cantadora de encantos, desencontros e da plenitude da vida,
Consegue revelar, em palavras, o semblante do seu semelhante:
Que ares demonstra e, com precisão, descreve-lhe as desditas.

Como um mágico especializado em camuflar-se,
Segue a sua sina sem reclamar, porque ama,
Ama o outro como a si mesma e sabe disso,
Porque perpassa agonias e delas não reclama.

Especialista, é sábia conhecedora da alma e da dor alheia,
Seja ela colhida tenramente, ou a que se arrasta até madurar.
Mestra em metáforas, rimas e métricas, abraça o universo,
Mas nem sempre é feliz, pois lhe escapa a própria arte de amar..."

segunda-feira, 25 de maio de 2009

MADRUGADA OBSCURA


que trazes nesse saco?
Pedaços da vida:
Brinquedo quebrado
Garrafa sem fundo
Restos de gente
Panelas sem cabo
A dor do soldado
Tampas de lata
Abridor de garrafa
O caule da rosa
O poder da droga
Restos do mundo!

sábado, 23 de maio de 2009

PERSONAGEM SEM AUTOR



Um “não pisar a cena” dantesco
(Uma composição apenas.)


Quem quer sair de cena
não enfeita a ribalta,
não faz propaganda
nem improvisa caco.

Quem quer sair de cena
tira máscara e maquiagem,
some calado, sem figurino,
abandona o palco e vai.

Quem quer sair de cena
não muda o cenário
nem troca a cortina
ou provoca a platéia.

Quem quer sair de cena
abandona o elenco,
não muda o roteiro,
ignora os aplausos
e sai de cena.

(Vera Sarres)



a procura


já está endiecendo.
cinza-médio-escuro.
a noite foram obras
faladas, com calor
tiradas das escritas,
entranhas tamanhas
onde pousou a tinta
vermelha da paixão,
caligrafias amarelecidas
desfilaram de fraldas,
calças curtas, com Camões,
da melhor safra, subsistem.
cantaram poemas loucos
declamaram canções gentis
e o céu vira cinza-claro.
procuro meu mentor,
cavalgo em telas mil
atrás do meu cantor.
endieceu azul-pastel.
lá vem o vermelho-paixão
atrás do Morro do Leme
carregado pelo astro-rei.
será que junto trará
aquele meu amor
um tanto esquisito,
desajeitado no trato
alegre no seu jeito?
aquela estrela no dia
caiu. farei um pedido:
traga pra mim por favor,
este amor esquisito.

Vera Sarres

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eterna Noite


Noites de pensamentos...
Aonde está?
Diga,
Venha me buscar
E me tirar
Dessa noite eterna...
Noite sem luar
Em que as estrelas se perdem no céu.
A canção está baixa
Mas meu coração fala alto,
Grita o seu nome
Denuncia a saudade
Pede por amor.
Cada minuto é muito tempo sem você,
Devolva o brilho dos meus olhos
O brilho que seu coração me roubou.
Noite Eterna
Eterna Noite...
Sem você aqui
Meu amanhecer não existi
E minha noite é eterna.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Teus Seios


Quando os sinto, quando os beijo,
Na ânsia febril de amante incontentado,
São pólos recebendo o meu desejo,
Nos momentos sublimes de pecado...
E às manhãs...
Quando acaso, entre lençóis
Das roupagens do leito, saltam nus,
Lembram, não sei, dois lindos girassóis
Fugindo à sombra e procurando a luz!...
Florações róseas de uma carne em flor
Que se ostenta a tremer em dois botões
Na primavera ardente de um amor
Que vive para as nossas sensações...
Túmidos...
Cheios... palpitantes, como
Dois bagos do teu corpo de sereia,
Tem um rubro botão em cada pomo
Como duas cerejas sobre a areia...
Quando os tenho nas mãos...
Quantas delícias!...
Arrepiam-se, trêmulos , sensuais,
E ao contato nervoso das carícias
Tocam-me o peito como dois punhais!...
Meu lúbrico prazer sempre consolo
Na carne destas ondas revoltadas,
Que são como taças emborcadas
No moreno inebriante do teu colo...
J.G. de Araujo Jorge

sábado, 16 de maio de 2009

Um pôr do sol para você


Para iluminar o seu dia,
para trazer alegria,
para deixar sua vida ainda mais bonita!
O sol simboliza a força que você representa,
a luz que entra pelos seus olhos,
o calor que emana da sua presença tranquila...
Um pôr do sol para você pensar no seu amor,
na paixão que te move,
na noite enluarada que não demora,
na sensação morna que te devora...
Um pôr do sol para você lembrar que o amanhã
existe e, mesmo quando a tristeza insiste,
nada pode ser triste quando se tem esperança...
JR Silva

sexta-feira, 15 de maio de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quando o sol se pôr


Quando o sol se pôr
Quero te olhar frente a frente
Vamos falar de amor
Vamos amar loucamente

Estaremos no mar
Saciando nossa paixão
Vejo no seu olhar
Seu desejo, seu tesão

Você me deixa louco
Sufoca-me de prazer
Um pôr do sol é pouco
Quero te amar pra valer

A noite vai chegar
As estrelas irão surgir
A lua a brilhar
E nossos corpos reluzir
JR Silva

Bom dia, amigo Sol



Bom dia, amigo Sol! A casa é tua!
As bandas da janela abrem e escancaram,
deixa que entre a manhã sonora e clara
que anda lá fora alegre pela rua!
Entre! Vem surpreendê-la quase nua,
doura-lhe as formas de beleza rara...
Na intimidade em que a deixei, repara
que a sua carne é branca como a Lua!
Bom dia, amigo Sol! É esse o meu ninho...
Que não repares no seu desalinho
nem no ar cheio de sombras, de cansaços...
Entra! Só tu possuis esse direito,
de surpreendê-la, quente dos meus braços,
no aconchego feliz do nosso leito!...
JG de Araujo Jorge

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Beijo


O beijo é um procedimento inteligentemente desenvolvido para interrupção mútua da fala quando as palavras tornam-se desnecessárias.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Beleza de uma Mulher



"A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, na imagem que ela carrega ou no penteado de seus cabelos.
A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, pois esta é a porta de entrada para o seu coração, o lugar onde o amor reside.
A beleza de uma mulher não está num tipo de rosto, mas a verdadeira beleza numa mulher está refletida na sua alma, no carinho que ela cuidadosamente dá, na paixão que ela mostra. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.
A verdadeira beleza reside além da imagem física, que é sempre passageira.
A verdadeira beleza é a do espírito que se irradia pelo semblante, iluminando os olhos, adoçando os gestos, modulando a voz.
A verdadeira beleza resiste ao tempo, ao passar dos anos e se expressa na meiguice do olhar, na serenidade da face, no carinho dos gestos.
A verdadeira beleza é imortal."


Êxtase


JR Silva