domingo, 16 de agosto de 2009

O NÃO



Eu estava só
Você adentrou,
Não bateu à porta
Nem nada falou

Pegou o seu copo,
De água o encheu,
Mexeu um refresco
Virou e bebeu

Ali eu estava
Sei que percebeu,
Seguro dos gestos
O cigarro acendeu

Na turva fumaça
Fez várias bolinhas
Deixou no cinzeiro
As cinzas todinhas

Olhou para o carro
A chave apanhou,
Pegou um boné
E a porta fechou

De capa e galocha
Na chuva partiu
Cantando pneus
Na lama sumiu

Tomei entre as mãos
O meu doce amor
E na solidão
Tratei-lhe a dor

No dia seguinte
Custei acordar
Para o meu pensamento
Se reorganizar

Foi então que você
Perdeu seu grande bem,
Não quer os meus beijos
E eu não desejo ninguém

Oh, triste destino o meu
Sei que vou sempre sonhar
Com dias bem mais felizes.
Não quero jamais acordar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário